Pacheco promete pautar projeto para combater alta no preço dos combustíveis após críticas de Lira

 terça, 18 de janeiro 2022

Pacheco promete pautar projeto para combater alta no preço dos combustíveis após críticas de Lira

O presidente do SenadoRodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou ao Estadão/Broadcast que pretende pautar um projeto para diminuir os impactos da alta no preço dos combustíveis. De acordo com ele, o tema será submetido aos líderes da Casa em fevereiro, após a volta do recesso parlamentar.

“Submeterei à avaliação do colégio de líderes no início de fevereiro. A intenção é pautar. O senador Jean Paul Prates será o relator e está se dedicando muito ao tema”, afirmou Pacheco após o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), cobrar a votação de uma proposta aprovada pelos deputados no ano passado e que ficou parada no Senado.

Lira criticou a postura de governadores em relação ao preço dos combustíveis e afirmou que cobranças sobre o tema precisam ser dirigidas ao Senado. Os governadores decidiram encerrar o congelamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre os combustíveis. O presidente da Câmara classificou a decisão como eleitoreira e disse que os governadores acusam o Executivo e o Congresso “para fazer uma cortina de fumaça”.

Em nota, a assessoria do presidente do Senado citou um projeto da bancada do PT como proposta para reduzir o preço dos combustíveis. A Câmara aprovou um projeto que muda o modelo de cobrança do ICMS, imposto arrecadado pelos Estados, sobre os combustíveis. A proposta, no entanto, foi criticada por governadores e enfrentou resistências no Senado.

Em dezembro, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Casa aprovou outro texto, criando um programa de estabilização do valor do petróleo e derivados no Brasil e forçando uma alteração na política de preços da Petrobras. O projeto propõe um novo modelo para o cálculo dos combustíveis, levando em conta os custos internos de produção e de importação, além dos preços no mercado internacional. Além disso, autoriza o governo a criar um “colchão” para amenizar o impacto nos preços com recursos de algumas fontes, como os dividendos da Petrobras devidos à União.

O relator afirmou que o preço do litro da gasolina pode cair em até R$ 3 em 40 dias  se o projeto for aprovado. “É no mínimo um equívoco do presidente da Câmara, Arthur Lira, querer atribuir ao Senado a responsabilidade pelo preço absurdo dos combustíveis. É o Senado que está trabalhando em uma solução completa para pôr fim a essa escalada que tanto penaliza os brasileiros”, disse Jean Paul, em nota.

De acordo com o senador, o conjunto de medidas pautadas no plenário do Senado pode baixar em até R$ 20 os valores do gás de cozinha e em “até R$ 2 a R$ 3 o preço da gasolina e do diesel, num prazo de 40 dias após sua aprovação.”

Os dois projetos ainda passarão por discussão entre os senadores e os governadores. A proposta de Lira, criticada pelos Estados, será discutida “não como panaceia, que não existe, mas num esforço articulado de dar mais segurança e previsibilidade ao setor”, afirmou o parlamentar.

Entenda o projeto do Senado que tenta reduzir o preço dos combustíveis

Como é hoje: Atualmente, o preço do combustível é calculado com base no valor cobrado pela Petrobras nas refinarias (atrelado ao preço do barril do petróleo no mercado internacional e ao câmbio), mais tributos federais (PIS/Pasep, Cofins e Cide) e estaduais (ICMS), além das margens de distribuição e revenda e do custo do biodiesel (no caso do diesel) e do etanol (na gasolina).

O que o projeto prevê

  • Cálculo: Os preços internos praticados por produtores e importadores de derivados do petróleo deverão ter como referência as cotações médias do mercado internacional, os custos internos de produção e os custos de importação;
  • Limites: O governo será responsável por regulamentar a utilização de bandas móveis, estabelecendo limites para a variação de preços dos combustíveis, definindo a frequência de reajustes e os mecanismos de compensação;
  • Compensação: Será criado um programa de estabilização, uma espécie de “colchão” para reduzir a volatilidade dos preços. O governo poderá utilizar como recursos a arrecadação de um imposto cobrado na exportação do petróleo bruto, dividendos da Petrobras devidos à União e o superávit do Banco Central com a gestão das reservas internacionais;
  • Imposto: O projeto prevê a criação de um imposto sobre a exportação de petróleo bruto, com alíquotas que variam de 0% para o barril a US$ 45 e de 12% a 20% para o produto acima de US$ 100;
  • Princípios: A política de preços dos combustíveis deve ser baseada em alguns princípios, entre eles a proteção dos interesses do consumidor, a redução da vulnerabilidade externa e a diminuição da volatilidade de preços internos.
  • Fonte:Folha de S.Paulo 

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