Petrobras rebate acusação sobre ‘preços predatórios’

 quarta, 13 de janeiro 2021

Petrobras rebate acusação sobre ‘preços predatórios’

O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, rebateu ontem as acusações de que a estatal venha segurando o reajuste dos preços dos combustíveis para prejudicar as empresas privadas concorrentes. Ele disse ao Valor que considera a acusação uma “ofensa profissional” a ele e às autoridades econômicas do governo. “O controle de preços já foi remetido ao museu de armas ineficazes no combate à inflação”, afirmou.

Na sexta-feira, a Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) protocolou ofício no Cade alertando sobre o que a entidade considera prática de “preços predatórios” por parte da estatal. Segundo a Abicom, o preço médio do litro do combustível vendido pela Petrobras na refinaria estaria R$ 0,40 abaixo da paridade internacional no caso da gasolina e R$ 0,30 no do diesel.

A Triad Research informa que o consumidor pagou, em média, R$ 4,432 pelo litro da gasolina nos postos, em 2020, 1,6% a menos que em 2019. No diesel, a baixa foi de 3,2%.

Castello Branco afirma que os cálculos da defasagem se baseiam em dados incorretos, porque não levam em consideração os custos reais da Petrobras e, sim, os de terceiros. “Nós é que sabemos dos nossos custos”, disse.

O presidente da estatal disse que não transfere imediatamente para o preço dos combustíveis as oscilações no mercado internacional. “Não vamos cometer esse erro, essa experiência que deu confusão. Somos produtores de combustíveis, não trading”, afirmou. E citou a política de reajustes diários adotada na gestão de Pedro Parente como exemplo de erro na estratégia comercial da empresa.

As acusações, segundo Castello Branco, partem de pequenos importadores, para os quais “o melhor dos mundos” seria a Petrobras colocar os preços “lá em cima”, o que viabilizaria quem é mais ineficiente. “Quem são os principais importadores? São as grandes tradings e as grandes distribuidoras: Raízen, BR, Ipiranga. E ninguém veio reclamar conosco de nada”.

Fonte: Valor Econômico