Ultrapar diz ver resultados promissores em nova gestão da Ipiranga

 sexta, 08 de novembro 2019

Ultrapar diz ver resultados promissores em nova gestão da Ipiranga

O presidente da Ultrapar, Frederico Curado, disse nesta quarta-feira, em sua primeira participação em uma teleconferência de resultados da companhia, que a Ipiranga, braço de distribuição de combustíveis do grupo, já começou a colher os resultados da nova gestão, com redução de custos, aproximação com a rede de revendedores e fortalecimento da organização.

“Começamos a ver os resultados e eles são bastante promissores. A Ipiranga como um todo se tornou uma empresa mais ágil e eficiente”, afirmou, ao comentar os resultados do terceiro trimestre de 2019.

O diretor financeiro e de relações com investidores da Ultrapar, André Pires, disse na teleconferência que a expectativa é de melhora sequencial nos resultados da Ipiranga e na comparação com o quarto trimestre, diante da melhora da dinâmica do mercado de distribuição de combustíveis e das iniciativas de redução de custos e aumento de eficiência que estão em curso.

No terceiro trimestre, comentou o executivo, a rede fechou 35 postos, em termos líquidos, com 85 aberturas e 120 fechamentos. “A depuração de postos continua sendo feita e está chegando no fim no nosso ponto de vista”, comentou.

Conforme o diretor, houve ainda uma redução líquida de 23 lojas da rede am/pm, na esteira das iniciativas de melhora da produtividade. “O foco é qualidade e não quantidade”, disse, acrescentando que a unidade de negócios está estruturando uma operação de lojas próprias, e não apenas franquias, com início de implementação até o fim deste ano.

Na Oxiteno, margens sob pressão

De acordo com Pires, a busca por redução de custos deve continuar nos próximos trimestres, tanto na Ipiranga quanto na Oxiteno, e a Ultrapar vê oportunidade de redução de R$ 150 milhões a R$ 200 milhões nos próximos 12 a 18 meses na distribuidora de combustíveis. “A Oxiteno também tem feito um trabalho grande de otimização, que começou depois, mas com grandes oportunidades”, disse.

Para a Oxiteno, conforme Pires, o processo de entrada em operação da nova fábrica em Pasadena, nos Estados Unidos, ainda teve contribuição negativa para os resultados no terceiro trimestre e as margens devem seguir pressionadas nos próximos trimestres pela queda dos preços das commodities petroquímicas. “Estamos adequando a estrutura de custos e despesas para minimizar o impacto”, reiterou o diretor.

O presidente da Ultrapar observou que a queda dos preços do eteno e a pressão desse movimento sobre as cotações do glicol devem manter as margens da Oxiteno pressionadas no curto prazo. “Houve uma redução nos preços das commodities petroquímicas que nos afetou, e ninguém enxergou a intensidade com que se daria. A Oxiteno está ajustando a estrutura de despesas e custos para essa realidade”, disse Curado.

Segundo o presidente, uma vez que esse é um setor cíclico, não há expectativa de recuperação rápida. “Devemos nos preparar para dois a três anos de pressão sobre os preços, especialmente nos glicóis”, acrescentou. Ele afirmou ainda que a mudança na gestão da operação americana da Oxiteno já começaram a aparecer e a unidade deve alcançar seu potencial máximo em dois ou três anos.

Na Ultragaz, Curado afirmou que há duas perspectivas importantes para o negócio, um deles o fim da diferenciação dos preços do GLP praticados pela Petrobras nos diferentes segmentos de mercado. “Isso aumenta a competitividade da Ultragaz nas pequenas e médias empresas e representa uma nova alavanca de crescimento para a companhia”, comentou.

Na Extrafarma, geração de caixa positiva

O presidente da Ultrapar também destacou a nova gestão na rede de farmácias Extrafarma, que, pela primeira vez desde que foi comprada pelo grupo, reportou geração de caixa positiva, de R$ 17 milhões. “Essa geração positiva de caixa é muito importante e resultado de ações com foco em despesas e disciplina de investimento”, disse.

Com a mudança da estratégia de crescimento acelerado para adensamento em mercados onde a rede já estava presente, contou Curado, a Extrafarma vai encerrar o ano com lojas em 11 Estados, frente a 14 atualmente. “Esse foi o primeiro resultado positivo de caixa e vemos melhora sequencial daqui para a frente”, acrescentou.

Conforme Pires, foi dada sequência no processo de depuração de lojas da Extrafarma, com o fechamento líquido de 10 unidades no trimestre. Com isso, o percentual de lojas maduras subiu a 51%. “A tendência é de melhora consistente dos resultados nos próximos trimestres na comparação anual”, afirmou. Em setembro, disse o diretor, a rede lançou os primeiros produtos com marca própria.

Fonte: Valor Econômico