Cade pede novo prazo ao STF para relatório sobre política de preços da Petrobras

 sexta, 09 de setembro 2022

Cade pede novo prazo ao STF para relatório sobre política de preços da Petrobras

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) mais 60 dias de prazo para apresentar as medidas que estão sendo adotadas para garantir “transparência e regularidade” na política de preços dos combustíveis. Se a prorrogação for deferida, as informações serão prestadas apenas depois das eleições.

A decisão cabe ao ministro André Mendonça, relator de uma das ações que tramitam na Corte a respeito da tributação dos combustíveis. Foi dele a liminar que, a pedido do governo federal, obrigou os Estados e o Distrito Federal a praticarem uma alíquota uniforme. À época, o presidente Jair Bolsonaro temia o impacto da alta dos preços em sua campanha à reeleição.

Em paralelo à liminar, Mendonça pediu para o Cade elencar as providências em curso no sentido de “apurar a regularidade da atuação da Petrobras na formação de preços ao consumidor brasileiro”. A autarquia respondeu, mas o relator, por entender que as informações não eram suficientes, cobrou um maior detalhamento.

O Cade informou ao STF, na semana passada, que pediria novos esclarecimentos à Petrobras sobre a sua política de preços, no âmbito de um inquérito administrativo que apura “indícios de condutas anticompetitivas no mercado de produção de combustíveis”. A estatal recebeu o ofício em 2 de agosto, e foi intimada a responder, no máximo, até o dia 16.

Agora, o superintendente-geral do Cade, Alexandre Barreto de Souza, busca convencer Mendonça de que é preciso esperar esse prazo e, ainda, prever um tempo adicional para que um novo relatório seja elaborado. De acordo com ele, os dados atualizados são “indispensáveis” para “robustecer a análise” da política de preços e "avaliar os impactos da postura da Petrobras”.

“Conclui-se que seria mais efetivo que, após o retorno das informações demandadas à Petrobras, pudéssemos atualizar o status do inquérito, bem como apresentar de que forma tais informações foram conclusivas para a delimitação de eventual ilícito anticoncorrencial”, argumentou o Cade, em petição enviada ao STF nesta quinta-feira.

Também intimada por Mendonça, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) respondeu em 31 de agosto. No ofício, afirmou ter a atribuição de estimular a concorrência e ampliar as ofertas no mercado, mas que a apuração de possíveis infrações anticompetitivas fica a cargo do Cade.

“Assim, embora a decisão determine que a ANP apresente cronograma em que se reporte, minuciosamente, as ações e medidas a serem adotadas no tocante à regulação e fiscalização das atividades econômicas da indústria do petróleo e gás, observa-se que as ações da agência são de caráter contínuo e limitadas ao arcabouço regulatório”.

Fonte: Valor Investe